terça-feira, 23 de julho de 2013

Não prometa me esquentar
Que eu te frito em óleo quente
Te viro do avesso
Me sirvo
Me aqueço
Te sinto no dente
Empresto meu corpo
Ao arrepio condizente
Me faz de consolo
Se faz de doente
Te jogo na cama
Te curo de frente
Num fôlego tolo
Metido, insolente
Esquece os teus laços
Os passos
Prudentes
Te levo nos braços
Deito no seu presente

terça-feira, 9 de julho de 2013

Pretinha... (E é pra ler essa palavra cantando, como a minha voz no seu ouvido, porque eu estou falando pra você)

  Eu já prometi mil vezes pra mim nunca mais voltar a escrever pra você, mas acontece que tudo que queima aqui dentro, que faz arder, vai pro papel, tem que ser chorado.
  Eu sempre estive disposta a te dar tudo o que eu mais quis pra mim. Te traria a luz da lua, daria seu nome a todas as minhas estrelas. Eu queria te fazer conhecer o mundo e te mostrar tudo que nele me faz tão feliz. Eu queria te mostrar a minha felicidade e te levar comigo. Feliz. Nas costas. Nos braços. Sorrindo, cantando comigo, pretinha.
  Talvez fosse melhor pra mim não levar essa intensidade toda amarrada no peito. Mas sabe o que? Eu prefiro viver cada segundo dessa vida correndo, enlouquecidamente, atrás do prazer de viver qualquer pouco de sorriso que me encha o rosto. Qualquer fogo aqui dentro, queimando, mostrando pra mim que é por isso, por momentos assim, que meu coração ainda sabe que vive.
Você já sabe que meus olhos endeusam a sua pele e que minhas mãos namoram as suas pernas. Sabe também que muito do que veio de mim é pra você, por você, foi com você e sorriu muito por isso. Que a saudade acaba comigo, que vai rasgando e tirando o ar enquanto procura as partes de você que ainda estão grudadas em mim.
  Você só não sabe que os meus olhos eram seus. Que eles brilhavam muito mais quando você chegava ou quando te viam passar. Os mesmos olhos que te despiam e viajavam imaginando ver ainda mais. Os mesmos olhos que se apaixonaram pelo seu sorriso. Que o meu coração só ficava completo quando você vinha, e que ele não deixava ninguém mais entrar. Que o seu lugar ainda estava guardado desde quando eu fingi que o tinha expulsado de mim.
  Você levou suas partes de mim que eu juntei, só que agora levou até as que eu escondi pra você não encontrar.
  Leva também as dores dos meus ombros, as músicas que eu cantei, a dança que eu não fiz. Leva os nossos risos frouxos, as palhaçadas, os planos que nunca deixariam de ser planos. Pega tudo isso, embala junto com o cheiro dos nossos beijos e abraços que ficou pela uff e com os meus sonhos que ficaram na sua cama. Depois guarda junto com a minha música (aquela do johnny winter, que eu te fiz um solo de guitarra junto com cócegas pra te ver sorrir comigo) em algum lugar por aí. Então se você algum dia quiser se lembrar que alguém te quis por perto - porque eu quis além do que devia querer -, que um dia alguém se apaixonou pela essência da sua alma e a sua vontade de vida, junta com tudo que eu escrevi pra você, e que vai sempre ser seu, e olha. E eu vou esperar, sinceramente, pra que você sinta saudades nesse dia... Porque depois que a saudade que está aqui correndo dentro de mim passar, eu não sei se aguento te ver ir embora de novo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A única coisa que posso fazer é escrever de mim, então, se você ainda está aqui dentro, trate de sair, porque eu já me cansei.

De verdade, e pelos motivos certos.

 Por que não deixei a janela pra lá e fiquei mais sete segundos com você? Que vissem, que morressem de vontade. Esses sete segundos ainda se remoem de possibilidades na minha cabeça mesmo agora depois de tanto tempo. Por que não te puxei os cabelos e te beijei as orelhas? Por que não te puxei os quadris e manobrei pra muito mais perto? Por que, mesmo de olhos vermelhos e coragens exalando - porque das vontades eu nem falo - eu abri o portão pra a gente ir embora com a dúvida de que eu poderia te ter nunca mais? Com ou sem fechar as janelas. E por que, agora lendo os contos do Sr. Bukowski, um velho safado e com muito menos juízo que eu,eu tive vontade de te escrever, não pra dizer que me apaixonei pelas tuas pernas, ou que odeio teu jeito de levar a vida, e odeio mesmo, mas pra passar por cima das minhas promessas estúpidas de te esquecer, e parar de fingir que não ligo de ver você preparada pra morrer aos vinte sete sem nem saber porque, e sem ter chegado lá com o próprio dinheiro. E foda-se se eu disse que não ligava, e foda-se se eu quero você viva e comigo depois dos quarenta, quando a vida estiver calma e eu puder tirar férias de um ano pra te preparar comida e café, depois te amar de janelas abertas. E poder colocar inveja nos velhos safados, tipo o Sr. Bukowski, que adorariam ver nossos segundos a mais no fim da tarde. E te deixar ficar alta somente de amor e tequila, porque suas pernas dançam muito melhor com sal e limão, e eu não discuto com elas enquanto estiverem voltadas pra mim. Te levar pra conhecer meus lugares favoritos e deixar que escolha os teus. Te beijar nos olhos e dizer que eles ficam muito mais bonitos abertos e sorrindo pelos motivos certos, mesmo que não sejam tão certos assim.
 Não tenta discutir com a liberdade que, com essa vida, seu aval nunca vai chegar. Ser livre não é fazer o que quiser, é escolher o que fazer. Eu nunca te contei que essa é minha palavra preferida, liberdade, - um pouco por ser sagitariana, admito, e de pensar que ainda não gravei o teu signo me incomoda demais - nem que você não saber usá-la me machuca, e sempre machucou. E agora eu digo, pra envergonhar o teu senso de liberdade, pra envergonhar o Sr. Bukowki que deve ter morrido sozinho, fodido, sem foder ninguém no fim da vida e ''livre'', e pra envergonhar quem ler tudo isso e sair pensando qualquer merda que não seja o meu real desespero de não te ter do lado e o tempo passar cada vez mais rápido pros seus vinte sete e eu começar minha busca infeliz por pernas mais perfeitas pra me fazer esquecer das suas, e tentar me convencer que a culpa é minha de não ter te levado a felicidade e da minha incapacidade de ao menos te mostrar o que era ser feliz.
 Eu quero você! Agora, sem conseguir assoviar, sem coragens reais, com seus conceitos tortos, seus olhos lindos e, pernas, ah, das pernas eu nem falo mais. Eu também não consigo entender porque, mas a gente não tem controle nenhum sobre quem começa a mandar no nosso coração. E mesmo que pareça romancezinho barato, é a pior verdade. E tentar evitar ou parar ou enlouquecer só deixa pior, te deixa pior.
 Esquece isso e para!
 Você sabe o meu  telefone e o endereço aqui de casa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

 Vá embora que eu não vou olhar pra trás. Nem lembrar do filme que a gente não viu, tampouco da única vez que seus olhos me chamaram pra perto. Vá embora e leve todas as palavras bonitas que juntei pra formar as poesias que você nem sequer lembra o nome. Leva meus beijos e minhas vontades de beijar, leva o resto do carinho que eu te dei, leva seu cheiro que ficou no sofá.
 Aproveita e põe esse desabafo junto na sacola, porque também é pra você. É de você. E pela última vez é por você. E não, não vou me importar em escrever bonito dessa vez, e não vou intitular pra você decorar o nome da última coisa que saiu de mim pra você. Não.
 E vê se continua feliz! Vê se não se arrepende. E lê de novo tudo que fiz pra você, só porque sei que dessa vez vai doer. Porque dessa vez eu não vou estar mais aqui esperando por uma resposta que nunca tinham palavras suficientes, nem vontades suficientes, nem nada que me fizesse querer esquecer os filmes e te chamar pro sofá. Mas ainda assim eu quis, e ainda assim eu te chamei, e você, com as mesmas faltas de palavras de sempre, não trouxe respostas.
 Então vá, junta tudo e leva embora pelo mesmo caminho que você foi sem eu deixar.
 Rápido, vá, só não leva meus sorrisos que eles eu vou usar quando isso tudo passar.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Vem.

 O consumo de mim que é cobrado pela falta que me faz - mesmo que as nossas definições e percepções de falta sejam tão diferentes - vai tentando apagar os sorrisos que dei pra você e mentindo que você vai voltar, e mentindo ainda mais que você já esteve.
 E eu vou, e me sustento das suas faltas, quase morrendo, e me equilibro em ombros que não são seus, querendo que eles mudem de cor, e praguejo sua vida sem mim com palavras cheias de espaços e nenhuma coragem, e te odeio por não se importar com elas, e te quero ainda mais perto.
 Sem faltas, sem espaços e sem coragem, só cuidando de mim.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sem desculpa.

Tira o meu sossego
que eu não vou pedir arrego
até você cansar de mim
E não tem desapêgo
se tu, quando eu chego,
enrubresce carmim
Então,
esquece teu nego
e me usa,
abusa,
confusa,
sem blusa e com dedos cruzados
Me mede,
me pede,
sem culpa,
que eu aceito fiado.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Com cheiro de flor e vontades demais.

 E te dar um abraço
 E engolir teu frio
 E te dar um cheiro pra abafar o cansaço
 E te deitar no peito
 E te cantar no ouvido
 E te pegar no cólo
 E pôr pra dormir.
 Borrar teus olhos com beijos
 E teu tédio com cócegas
 Afogar a tristeza nos banhos quentes
 E cheios de mãos
 Amarrar tuas pernas nas minhas
 E embolar nossas vontades de fugir.
 Me deixa te levar
 Sem pressa
 Te ponho nas costas
 Apago teus medos
 Te amo por fim..

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aos assovios tortos.

 É mais difícil dizer o que quer ser dito. Todo o som das palavras juntas formando uma verdade que sabe de si, que sabe bem mais que eu sobre as minhas verdades. A vontade só faz o seu papel de me consumir. A vontade da felicidade sempre trouxe mais desespero, e aquela euforia regada a preço das lágrimas de meio da noite, que os sorrisos bobos que eu pedia a quem pudesse ouvir.
 Eu canto a sua falta pela facilidade das palavras prontas enquanto as minhas não criam coragem de te chamar pra perto. Mas se te querer por perto é me querer bem e te fazer partir, exorcizo minhas vontades e me contento em te ver passar.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Então, eu digo

Melhor do que ter voltado a vida foi acrescentar a minha vida nela. Cansei dessa de dor, não vem mais, já amarrei meus joelhos e o resto de mim. Não vai soltar.

Paz, sabe? Eu não sabia bem, na verdade eu sabia era nada. Sem essa de fechar os olhos e dormir, faz direito.

Prendi meus medos no escuro e descobri que lá eles tem mais medos que eu. Voltei a dormir.

Então vem cá, eu te conto minhas verdades e escuto as suas pra a gente se confundir.

Não me chama de amor, a gente se ama em silêncio.